História do Azeite em Tavira
O azeite, a azeitona e a oliveira, são três elementos comuns às várias civilizações do Mediterrâneo e que atravessaram os tempos.
Somos um país mediterrânico pelo clima, natureza e produções agroalimentares, convivialidades e sociabilidades. O lagar denomina simultaneamente o conjunto de aparelhos e equipamentos para extração e manipulação do azeite e o espaço onde se encontram estabelecidos.

Em Tavira, por todo o território, para além dos lagares em laboração, são ainda visíveis testemunhos materiais e imateriais diversos, da atividade de fazer azeite. Estes variam em função da diversidade da paisagem (serra barrocal, litoral), da estrutura fundiária e de opções de racionalização produtiva.
No espólio documental, datado do início do séc. XX, encontra-se frequentemente nas relações de produtores e rendeiros de azeite, sobretudo nas freguesias do barrocal a expressão: "para consumo da sua casa agrícola". Nestas fazendas existiam lagares de azeite que laboravam quer para uso exclusivo da casa quer para outros fregueses. Estamos a falar de engenhos de tração animal com prensas de parafusos ou de varas. A história do Lagar de Stª Catarina é um paralelo à história destas casas agrícolas, comemorando precisamente este ano o seu 1º centenário.
Nos montes serranos, mercê de estratégias de racionalização produtiva, a opção seria também fazer a moenda e a extração em casa, através de equipamentos (moinho e lagarça, igualmente conhecida por burra) e processos relativamente simples, de lastro centenário.
(resumo do texto de Luísa Ricardo - antropóloga, Município de Tavira)